Na década de 1980, a cidade de Juiz de Fora vivenciou uma mobilização cultural que transformou a antiga fábrica de tecidos de Bernardo Mascarenhas em um espaço de cultura. A campanha “Mascarenhas, meu amor!” contou com o apoio de artistas, jornalistas e intelectuais, e culminou na inauguração, em 31 de maio de 1987, do Centro Cultural Bernardo Mascarenhas – exatamente cem anos após o início da construção da fábrica. Bernardo Mascarenhas, pioneiro industrial oriundo de Curvelo (MG), foi responsável por importantes inovações, como a construção da Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas, o estabelecimento da primeira usina hidrelétrica da América Latina e a instalação do primeiro motor elétrico Westinghouse no país, além de ter sido pioneiro em iniciativas como a música ambiente em sua fábrica.

O empreendimento industrial, que funcionou desde 1888 e se destacou pela arquitetura e tecnologia, encerrou suas atividades em 1984 devido às transformações político-econômicas. Com o intuito de preservar esse importante patrimônio, a Prefeitura de Juiz de Fora iniciou, em 1982, o processo de tombamento do edifício, adquirindo-o entre 1983 e 1987 para sua total restauração. Em 1987, o ambicioso projeto cultural, comparado à Fábrica Pompéia de São Paulo, brindou a população com intensa programação artística. O Centro Cultural passou por reformas entre 1997 e 2000 e logo após no ano de 2025 a Prefeitura inaugura um Novo Mercado Municipal, com um conceito mais moderno interiormente e preservando a indentidade visual externa. Hoje, o local integra ao Complexo Mascarenhas, com o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas, a Biblioteca Municipal Murilo Mendes, o Mercado Municipal e a Praça Antônio Carlos, consolidando-se como um polo de manifestações artísticas e culturais no centro de Juiz de Fora.