História

Se você acha que já viu de tudo em uma cidade, é porque ainda não conhece Juiz de Fora.

 

No coração da Zona da Mata mineira, ela surpreende pelo espírito pioneiro, pela história vibrante e pela capacidade única de se reinventar.

 

Foi aqui que a América Latina testemunhou a primeira transmissão de TV aberta e onde Bernardo Mascarenhas, símbolo do empreendedorismo local, fez história com a primeira usina hidrelétrica destinada à iluminação pública no continente.

 

No final do século XIX, Juiz de Fora ganhou o título de “Manchester Mineira”, graças às suas fábricas têxteis que impulsionaram o desenvolvimento industrial e projetaram a cidade entre as mais promissoras do Brasil.

 

Hoje, esse legado ainda pulsa no Complexo Mascarenhas, onde cultura, gastronomia e memória industrial se encontram em harmonia.

Antigo Paço Municipal - Atual Secretaria Especial de Igualdade Racial

E se história não fosse suficiente, há também muito sabor: Juiz de Fora entrou para o livro dos recordes com a maior fritada de torresmo do mundo servido em um único evento, só uma amostra do que a nossa deliciosa gastronomia mineira tem a oferecer.

 

Do Museu Mariano Procópio ao Cine-Theatro Central, passando pelo Mirante do Morro do Imperador e pelo Parque Halfeld, cada canto da cidade revela experiências que unem tradição e inovação.

 

Juiz de Fora é plural, criativa e diversa. Uma cidade de imigrantes, de ideias, de arte, de natureza e de inovação. Aqui, o passado e o futuro se encontram a cada esquina.

 

Explore o site, descubra nossos encantos e prepare as malas. Quando chegar, vamos te receber de braços abertos com toda a hospitalidade e a mineiridade que só Juiz de Fora tem!

Linha do tempo

  • Início do Caminho Novo, ligando Minas ao Rio e impulsionando o surgimento de povoados como Santo Antônio do Paraibuna.

    1703

    Fonte da imagem: Derrubada de uma Floresta, 1835
    Johann Moritz Rugendas

  • Elevação de Santo Antônio do Paraibuna à categoria de cidade; contratação de técnicos europeus para a Estrada União e Indústria.

    1853

    Fonte da imagem: Arquivo Central da UFJF

  • Chegada de 20 artífices europeus para colaborar na construção da estrada.

    1856

    Fonte da imagem: Reprodução/
    Álbum do Município de Juiz de Fora

  • Chegada de 1.162 imigrantes alemães, formando um núcleo colonial na região.

    1857

    Fonte da imagem: Álbum do Município de Juiz de Fora - 1915

  • Visita de Dom Pedro II à cidade; construção do palacete por Manoel do Vale Amado.

    1861

    Fonte da imagem: Maurício Resgatando o Passado – MRP

  • Santo Antônio do Paraibuna recebe o nome de Juiz de Fora.

    1865

    Fonte da imagem: Blog As Minas Gerais, 1856

  • Construção do “Castelinho”, sede da Companhia Mineira de Eletricidade.

    1890

    Fonte da imagem: Cedida por Wilson de Carvalho

  • Palacete da Santa Mafalda se transforma no Primeiro Grupo Escolar.

    1907

    Fonte da imagem: Acervo Maria do Resguardo

  • O Museu Mariano Procópio é fundado por Alfredo Ferreira Lage.

    1915

    Fonte da imagem: Carlos Augusto Gambs

  • Inauguração do Cine-Theatro Central com estilo arquitetônico eclético.

    1929

    Fonte da imagem: Acervo Maria do Resguardo

  • Fundação da escola de samba Turunas do Riachuelo.

    1934

    Fonte da imagem: Maurício Resgatando o Passado – MRP

  • Doação oficial do Museu Mariano Procópio à cidade.

    1936

    Fonte da imagem: Prefeitura de Juiz de Fora

  • Criação do Concurso Miss Gay Brasil, marco na cultura LGBTQIAPN+.

    1977

    Fonte da imagem: Assessoria Rainbow Fest/Divulgação

  • Reabertura do palacete restaurado; celebração da história arquitetônica e cultural da cidade.

    2023

    Fonte da imagem: Cecília Itaborahy, 2023

    De Povoado a Cidade: O Nome Juiz de Fora

    Juiz de Fora não nasceu por acaso. Sua história começa por volta de 1703, com a abertura do Caminho Novo, uma rota estratégica entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro, criada para escoar o ouro e controlar o recolhimento de impostos pela Coroa Portuguesa.

     

    Ao longo dessa estrada surgiram diversos povoados, entre eles Santo Antônio do Paraibuna que viria a se tornar uma das cidades pioneiras de Minas Gerais.

     

    Com o tempo, o pequeno povoado ganhou força e, em 1853, foi elevado à categoria de cidade.

     

    Doze anos depois, em 1865, recebeu seu nome definitivo: Juiz de Fora. E sim, havia mesmo um “juiz de fora”!

     

    No período colonial, eram nomeados magistrados de outras regiões para evitar favoritismos locais e garantir decisões mais justas. A expressão pegou e acabou batizando a cidade.

    Fonte: Arquivo Alberto Surerus Moutinho, 1928
    Fonte: Arquivo Central da UFJF
    Fonte: Reprodução/Álbum do Município de Juiz de Fora

    A Chegada dos Imigrantes

    Com a cidade em pleno desenvolvimento, um novo marco impulsionaria ainda mais o seu crescimento: a construção da Estrada União e Indústria, idealizada por Mariano Procópio Ferreira Lage.

     

    Considerada uma das primeiras rodovias modernas da América Latina, a estrada ligava Juiz de Fora a Petrópolis, no Rio de Janeiro.

     

    Pioneira por ser a primeira rodovia macadamizada da América Latina, ela utilizava uma técnica inovadora para a época: o revestimento de macadame, feito com camadas compactadas de pedras britadas, que proporcionava mais durabilidade e conforto ao tráfego.

     

    Para viabilizar o ambicioso projeto, Mariano Procópio buscou mão de obra especializada na Europa. Em 1853, contratou técnicos, engenheiros e arquitetos. Três anos depois, trouxe também 20 artífices, como ferreiros, pintores e latoeiros, que contribuíram com suas habilidades.

     

    A ideia era formar um núcleo colonial de imigrantes alemães para ajudar não só na construção da estrada, mas também no desenvolvimento agrícola e urbano da cidade.

     

    Em 1857, chegaram 1.162 imigrantes alemães, número equivalente a cerca de 20% da população local da época.

     

    Eles se instalaram numa grande área que hoje corresponde aos bairros São Pedro, Borboleta e parte do Fábrica. Receberam lotes de terra para produção agrícola, mas enfrentaram grandes desafios: idioma, religião, costumes diferentes e a falta de mercado para os produtos cultivados.

     

    Com o tempo, a colônia não se sustentou como o planejado. Muitos imigrantes deixaram as lavouras e migraram para a cidade para atuar como operários, marceneiros, pedreiros e carroceiros, integrando-se à vida urbana e à própria Companhia União e Indústria.

     

    O resultado foi uma cidade que não apenas se industrializou precocemente, mas também abraçou a modernização cultural. Teatros, jornais e escolas surgiram, e Juiz de Fora se transformou em um espaço aberto ao debate de ideias. Católicos, protestantes, espíritas, maçons, republicanos e monarquistas conviviam aqui, tecendo uma verdadeira mistura de pensamentos e crenças.

    A Manchester Mineira e a Revolução Energética

    Juiz de Fora conquistou o título de “Manchester Mineira” no final do século XIX, em referência à cidade inglesa símbolo da Revolução Industrial.

     

    O apelido refletia o importante papel que a cidade desempenhava no desenvolvimento industrial de Minas Gerais, impulsionada especialmente pelas indústrias têxteis. Entre elas, destacavam-se a Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas e a Companhia de Fiação e Tecelagem Industrial Mineira, motores do crescimento econômico que consolidaram Juiz de Fora como um polo industrial e inovador no Brasil.

     

    Um dos nomes centrais dessa transformação foi Bernardo Mascarenhas, empreendedor visionário que, em 1888, fundou a Companhia Mineira de Eletricidade. Sua maior realização foi a construção da Usina de Marmelos, a primeira da América Latina a fornecer energia elétrica para iluminação pública, um marco na história da eletrificação urbana no continente. Antes disso, Juiz de Fora era iluminada por lampiões a querosene, instalados em 1858.

     

    O antigo prédio da Fábrica Têxtil Bernardo Mascarenhas, parte fundamental desse legado, foi revitalizado e hoje integra o Complexo Mascarenhas, um espaço multifuncional onde tradição e inovação se encontram. Ali, o Centro Cultural Bernardo Mascarenhas oferece galerias de arte, anfiteatro, videoteca, salas de aula e áreas para eventos. Já o Mercado Municipal convida a uma viagem pelos sabores e aromas da gastronomia mineira, com opções para todos os gostos.

     

    Após o encerramento das atividades industriais no início da década de 1980, o espaço foi tombado e restaurado.

     

    Em 1991, o antigo Mercado Municipal sofreu um grave incêndio provocado pela explosão de um reator, o que exigiu mais de uma década de recuperação. Reaberto, voltou a abrigar o tradicional comércio de laticínios, temperos, artesanatos e outros produtos típicos. Em 2023, fechou novamente para reformas e, em 2025, foi reinaugurado com novos espaços no segundo piso, que passou a oferecer uma área gastronômica e uma galeria de arte, reafirmando Juiz de Fora como uma cidade onde passado e futuro caminham juntos.

    Fonte: Prefeitura de Juiz de Fora
    Fonte: Companhia Energética de Minas Gerais
    Fonte: Cristina Bitarello, 2024

    Arquitetura e Personagens que Moldaram a Cidade

    Em Juiz de Fora, a modernização ficou eternizada na arquitetura.

     

    Caminhar por suas ruas é como folhear um livro de memórias, onde casarões, edifícios históricos e painéis artísticos contam, silenciosamente, capítulos da rica trajetória da cidade.

     

    Um dos marcos mais emblemáticos é o Palacete Santa Mafalda localizado na esquina da Rua Braz Bernardino com a Avenida Barão do Rio Branco.

     

    Construído no final da década de 1850 pelo Comendador Manoel do Vale Amado para presentear Dom Pedro II, o casarão acabou destinado a fins públicos, a pedido do próprio imperador, que recusou o presente.

     

    Assim, em 1907, nasceu ali o Primeiro Grupo Escolar, mais tarde transformado na Escola Estadual Delfim Moreira.

     

    Após anos de abandono, o palacete teve seu processo de restauração iniciado em 2018 e reabriu em 2023, renovando seu papel como símbolo da história local.

     

    Outro destaque é o “Castelinho”, antiga sede da Companhia Mineira de Eletricidade. Erguido em 1890 para marcar a chegada do motor elétrico à Companhia Têxtil Bernardo Mascarenhas, o edifício impressiona com sua arquitetura medieval, tijolos aparentes e formas que lembram uma pequena fortaleza. Hoje, o Castelinho abriga um ponto de atendimento da Cemig, preservando sua imponência na Rua Espírito Santo.

     

    A identidade arquitetônica de Juiz de Fora também foi moldada por personagens que deixaram sua marca com ideias visionárias e paixão pela cidade. Alfredo Ferreira Lage, mecenas e colecionador, transformou a “Villa” da família em um museu particular, garantindo a preservação do patrimônio histórico e artístico.

     

    O arquiteto alemão Carlos Augusto Gambs, responsável pelo projeto da Villa, trouxe um estilo sóbrio e elegante inspirado no Renascimento italiano, enquanto o paisagista francês Auguste Glaziou imprimiu o charme dos jardins ingleses ao Parque Mariano Procópio.

     

    O local, que nasceu como casa de campo da família Ferreira Lage, foi transformado em museu em 1915 por Alfredo e doado à cidade em 1936.

     

    Até o renomado Cândido Portinari deixou sua marca na cidade com dois painéis públicos a céu aberto, localizados na fachada e na lateral do Edifício Clube Juiz de Fora, na Avenida Rio Branco, obras que enriquecem o centro urbano com sua beleza e significado.

     

    Juiz de Fora também guarda outros tesouros tombados, como o Cine-Theatro Central, inaugurado em 1929. Com sua fusão de estilos clássico, art déco e neoclássico, o teatro é um verdadeiro ícone cultural, capaz de receber mais de 1.800 pessoas e ainda hoje palco de grandes espetáculos nacionais e internacionais.

     

    Um legado que segue inspirando gerações.

    Uma Cidade que Nunca Para de Surpreender

    Em Juiz de Fora, tradição e inovação caminham lado a lado, e essa mistura fica ainda mais vibrante quando o assunto é cultura.

     

    No Carnaval, a cidade carrega memórias que misturam ritmos africanos e influências cariocas. Foi aqui que nasceu, em 1934, a escola de samba Turunas do Riachuelo, a primeira de Minas Gerais e a quarta do Brasil.

     

    Hoje, além das escolas tradicionais, os blocos de rua ganham cada vez mais força, dando uma identidade única à festa. O samba, aliás, se faz presente durante todo o ano, com rodas espalhadas pelos bares e praças.

     

    Mas a diversidade cultural de Juiz de Fora vai muito além.

     

    Desde 1977, a cidade é palco do Concurso Miss Brasil Gay, um marco para a cultura LGBTQIAPN+ no país. Com suas cores, performances e celebração da pluralidade, o evento tornou-se símbolo de respeito, inclusão e vanguarda no cenário nacional.

     

    Aqui, o tempo não para, ele se transforma. Passado e futuro se encontram a cada esquina, em ruas e praças que contam novas histórias para quem se dispõe a explorar.

     

    Seja para descobrir, revisitar ou se apaixonar novamente, Juiz de Fora sempre tem algo novo a oferecer.

    Prepare-se para se surpreender a cada visita.

     

    BEM VINDO À JUIZ DE FORA!

    Fonte: Assessoria Rainbow Fest/Divulgação
    Fonte: Zine Cultural